A Empresa de Pesquisa Agropecuária do
Rio Grande do Norte S/A – EMPARN, com sede e foro na cidade de Natal, Estado do
Rio Grande do Norte, é uma Empresa Pública vinculada à Secretaria de
Agricultura, da Pecuária e da Pesca – SAPE, dotada de personalidade jurídica de
direito privado, com patrimônio próprio
e autonomia administrativa e
financeira, regendo-se pela Lei estadual nº 4.855, de 11 de setembro de 1979,
pela Lei Federal nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, por seus estatutos,
aprovado pelo Decreto Estadual nº 7.866, de 7 de abril de 1980, e demais normas
de direito aplicáveis,subsidiariamente, pelos princípios consignados no decreto
federal nº 200, de 25 de fevereiro de 1967. É constituída de uma sociedade
entre o Estado do Rio Grande do Norte e o Governo Federal, através da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, que participam com 51% e 49% do
seu Capital Social, respectivamente, conforme Decreto Estadual nº 7.741, de 9
de novembro de 1979, e teve suas atividades iniciadas no ano de 1980.
A EMPARN sucedeu, no campo da
pesquisa agropecuária estadual, as atividades desenvolvidas originalmente por
duas instituições: a primeira, vinculada à Embrapa, denominava-se Unidade de
Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual de Caicó – UEPAE Caicó, e estava no
âmbito da região semi-árida do Rio Grande do Norte, e a segunda, denominava-se
Projeto Camarão, vinculada ao Governo do Estado, e atuava com pesquisas
relacionadas com a carcinocultura.
O marco fundamental para a criação da
EMPARN foi a própria criação da Embrapa, através da Lei Federal n° 5.851, de 7
de dezembro de 1972. Para dotar o Ministério da Agricultura de instrumentos
básicos de caráter executivo, objetivando desenvolver as atividades de pesquisa
agropecuária em âmbito nacional, em apoio e complementação àquelas a cargo da
Embrapa, a Lei Federal nº 6.126, de 6 de novembro de 1974, define as
instituições de pesquisas, criadas pelos governos estaduais, como sendo
componentes primordiais de um modelo de pesquisa de abrangência nacional, que
passaria a ser liderado pela Embrapa sob a denominação de Sistema Cooperativo
de Pesquisa Agropecuária – SCPA . Com base nisto, a Embrapa passou a in
centivar a criação de Organizações
Estaduais de Pesquisa Agropecuária – OEPAS, que, no caso da EMPARN, se
concretizou por intermédio de uma política que privilegiou o apoio material,
organizacional, financeiro e humano, colocando à sua disposição toda a sua
equipe técnica e de apoio lotadas no Estado do Rio Grande do Norte, além de
seus laboratórios e campos experimentais, ao qual se juntaram os recursos
material e humano existentes na base física do Projeto Camarão.
Assim, a EMPARN nasce do desejo dos
governos federal e estadual de dotar o Estado do Rio Grande do Norte de uma
estrutura estadual de pesquisa agropecuária, com o apoio da Embrapa, a cuja
agenda de pesquisa passou a vincular-se, tomando-lhe emprestado, inclusive, o
seu modelo conceitual de
pesquisa, denominado Modelo Circular
de Pesquisa, cujo foco era o produtor rural, ao definir que os problemas de
pesquisa nascem antes da porteira da fazenda, e as respectivas soluções
tecnológicas, produzidas nas instituições de P&D competentes, devem ser
aplicadas na própria fazenda
A década de 1980, época em que foram
iniciadas as ações de pesquisa da EMPARN, foi marcada pela abundância de
recursos do tesouro nacional e a facilidade de captar recursos externos, via
Embrapa, além de não haver pressões sociais organizadas que exigissem eficácia
dos serviços públicos (Souza & Silva, 1992). Este ambiente influenciou a
formatação de modelos de pesquisa centrados na oferta de tecnologia, com grande
desvinculação da complexidade real dos segmentos, que formam o agronegócio. Os
projetos de pesquisa abordavam um problema particular, muitas vezes reduzido a
um experimento, refletindo sobremaneira uma visão monodisciplinar, relacionada
apenas a área de conhecimento do titular do projeto (Flores & Silva, 1992)
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